quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

uns

pela tela fria, sobra o seu calor pelas vias que podemos ter. se falta o toque, existe a energia. se falta o paladar, sobra dedos para escrever. se a conversa não é literal, fazemos por acontecer. entregues para se doar, se querer, se sentir, se gostar, se fazer. no nosso mundo de sonhos inimagináveis as barreiras são transponíveis. o céu não conhece o limite. a distância não existe mais. a língua incide, é membro, é corpo, é fala (...) é a prova. as paralelas fazem curvas e se encontram. o nosso preto e branco faz yin-yang: são perfeitos, permissíveis. mastigamos o tempo somando números que não existem. vivemos em contagem regressiva para a linha de chegada com cara de ponto de partida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

décimo primeiro


em um lance os dados correram juntos até perderem-se. em par, somavam 11, ninguém jamais entenderia ou veria aquela soma; o som dos dois juntos era justificável e bem mais interessante do que a adição de valores menores. a dúvida libertina do jogador ficava num espaço comodo: entre a escolha certa e o menos provável, o que no fundo tinha o gosto da não escolha. quando um mais um faz um par, onze é menos que nada.