quinta-feira, 27 de setembro de 2012

(des)construção

a pedra que lá no princípio fazia fogo, hoje acalora as maiores discussões do mundo. apedreja-se os culpados, mesmo que agora apenas moralmente. é o divisor da poesia moderna para a contemporânea por drummond. no caminho, no sapato, no incômodo, na cor árida. a pedra que é até substantivo próprio, mas não se faz feminina para ser mulher. tão mineral e natural de nada vale, chuta-se pra frente esse entrave, que constrói o mundo, mas é o primeiro fragmento da destruição.

domingo, 23 de setembro de 2012

fragmento sobre o nada

se o mundo some dos seus pés, é a resposta que ele lhe dá por fugir dele. é mais fácil atribuir, atrelar a responsabilidade aos alheios quando pouco se faz por si próprio. seu alimento acaba sendo a solidão somada a biscoitos secos e a falta de vida. muito prosac, pouco brilho com a dimensão de um espaço vazio. sobra a vontade do não mudar, da certeza plena, do ego cheio de si e das palavras varicosas que só te faz consumir-se, consumar-se e sucumbir-se a atos de pieguices cheios de nada, de sabor insípido e volátil, como o tempo do universo de coisas vãs; este é o tamanho do seu mundo breve.