terça-feira, 29 de janeiro de 2013

além do azul

o menino sobe em cima da cadeira, quer ficar mais perto do teto. - não sobe aí menino, diz a mãe. e o menino vê o céu pela janela, azul clarinho. olha de novo pro seu céu de concreto dentro de casa e quer alcançar, sobe novamente na cadeira. - menino desce daí, vou te bater… e ele continua a achar aquele céu possível, mas fácil que o azul, ainda que meio cinza. sobe novamente, mas apanha, na mão, a mesma que tenta o alcance e no rosto, o mesmo que foi iluminado pelo céu lá fora. esboça tristeza, faz beicinho, quer chorar. - não chora... engole a seco o nó na garganta e a lágrima contida… a pele arde. agora ele só quer o chão.

domingo, 27 de janeiro de 2013

menino do ninho

e o meu pensamento estava contido em seus pedacinhos inteiros. não dava pra guardar fora de mim àquele sorriso, aqueles cabelos e seus braços finos e firmes. corrompido de música e apreciações, se fazia evoluído, permissível, permeável. sua não presença estava presente em todos os lugares feito eco em sala vazia: não saía, não sai. pouco conheço, mas sei muito de si. e eu poderia passar dias e mais dias acordando do mesmo jeito, aprendendo mais do mesmo sem me cansar.