quinta-feira, 25 de setembro de 2008

a pequena flor


a nossa distância cabe em 11 horas. eu aqui e ela em algum lugar por aí. a menina pólen sabe voar. nasce, cresce, reproduz-se e não morre, nunca! por hora ela vai se mutando em flor, em floren, ou apenas em mirella, seu codinome.

dois a rodar


organizo os dados,
os retratos,
as cores,
os pinos.
só pra esquecer que a garganta sente quando o coração amarga.
que a minha palavra não é mais suporte, é fraca
e que o meu sorriso não sabe mais rir.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

conversas ao pé do ouvido

- hummmmmmm
- bom dia branco... o q vc quer?
- um café e um abraço.
- pena... o café quer mais que isso.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

um tempo que pára

tem coisas que nunca me canso de fazer, uma delas é ouvir uma mesma música por mais de dez vezes. é claro que falo daquelas que valem a pena. neste exato momento em que saboreio o som, os acordes e a letra, o mundo pára. somos apenas eu e ela - a música. e cada dia o meu dia escolhe uma. pode ser doce, voraz ou amarga. um dia é bossa, no outro heavy( vai lá me entender... ). e hoje, mesmo com um triunfal dor de cabeça, amanheci o dia com o frescor da beira mar de copa. aquele ar bom do fim da tarde que anuncia a noite. coisa boa e única como todas as coisas boas da vida. trilha sonora do dia: janta - marcelo camelo

eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade
eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade
(...)
paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that i'm sad
i'll take a ride in melodies and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together
i can forget about myself, trying to be everybody else
i feel allright that we can go away
and please my day
i let you stay with me if you surrender

terça-feira, 9 de setembro de 2008

coisas mímimas

seus sorrisos denunciavam, tudo ao seu redor tinha cheiro de flor. era o seu ar puro e fresco que batia em mim como água em terra árida. sabia sorrir com os olhos, com os gestos. tinha uma delicadeza doce, linda de se ver(ter). seduzia até quando tirava lentamente os óculos, e, enquanto os segurava com os lábios, coçava os olhos com as costas da mão, como uma doce e meiga criança. soltava beijos no ar para que chegassem até a mim. e chegaram, mas nunca mais saíram.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

delicate

we might kiss when we are alone
when nobody's watching
we might take it home
we might make out when nobody's there
it's not that we're scared
it's just that it's delicate
so why do you fill my sorrow
with the words you've borrowed
from the only place you've known
and why do you sing Hallelujah
if it means nothing to you
why do you sing with me at all?
we might live like never before
when there's nothing to give
well how can we ask for more
we might make love in some sacret place
the look on your face is delicate

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

síndrome de quintane

meu braço não sai pela boca porque este orifício não foi feito para esta saída.
é por causa dos meus cílios estarem nas minhas pálpebras que não estão em outro lugar.
não sorria com a largura do sorriso de hoje porque a minha boca não comportava tal dimensão.
meus cabelos não saem pelos poros do braço porque estes são pêlos.
se bebesse a maçã ela não seria fruta.
não vi a vida com outros olhos porque não tinha olhos para ver.

queria saber o que virá porque se vier, saberei que está a chegar.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

severo

se é vero ou não, não sei.
sei que gosto.
gosto das suas palavras severas
como em algum tempo
deveras ser tão sonho quanto verdade.
como a dor quando arde
quando se ter é bobagem
o quanto é bom se ver assim: às pressas.

para pensadores


já quis viver como a audrey hepburn,
ser clássica ou simplesmente minimalista.
não fui.
nasci libriana com ascendência em capricórnio.
de humor ácido, mas doce como uma fruta tropical.
já me achei em alguns olhares e me perdi em outros(tantos outros).
já morei em mim, já fugi também,
mas voltei.
já senti dor ao cortar papel
e gargalhei tomando injeção.
já dormi acordada
já sonhei com sonhos
e comi sempre ao mastigar.
cortei os cabelos para deixar crescer pequenos prazeres
pra não entender o que pode ser compreendido
e pra compreender o que não foi entendido.
o que me basta não me satisfaz, mas me fez.

pra começar a caminhar



dorme em paz, já é madrugada
não dê ouvidos aos ruídos, a essa falta de ar
meu amor, não pense mais em nada
feche os olhos e as janelas
deixe o sono te levar.
pelo escuro
ser donzela ou matar mil dragões
ter cautela ou seguir furacões
deixa o sono te levar
deixa eu te ninar
dedilhar os teus cabelos
teus pesadelos vão terminar
já é tarde pra mais uma rodada
seus problemas e dilemas não estão mais aqui
tanto faz ser vítima ou culpada
abra os olhos e as janelas
deixe o sol te iluminar
deixe tudo pra lá
se teus sonhos vêm na contramão
se teus monstros vêem na escuridão
deixa o sol te iluminar
deixa eu te ninar
deixa eu perder meus dedos nos teus cabelos
teus pesadelos vão terminar
fala a verdade, por favor
diz que é mentira esse rumor
que você vive sofrendo
que você anda morrendo de pavor
ludov(dorme em paz)