quarta-feira, 16 de setembro de 2009

primeiros passos do fim

durou quatro meses. mas foi exatamente em oito dias que eu aprendi a ter fé. a fé dos que esperam que os grandes momentos sejam pra sempre. mas sempre acreditei haver muito tempo nesta palavra: sempre... existe um hiato, um espaço neste "m" que parece tornar a palavra longa demais, quase infinita. quase. mas para um dos lados o tempo de um "sempre" sempre será mais perecível; e quando o prazo expira, a dor é física. não sobra hora ou momento pra fugir. a garganta torce em dores amargas; o coração salta sem critério e a paciência não quer esperar. quando o fim chega, do sempre resta apenas a primeira sílaba.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

el cumbre


seguia na mais perfeita ordem até dobrar correndo a esquina e encontrar a grande e imponente coluna. sempre esteve ali, bem visível à esquina de sua casa. quando desnecessária fingia não enxergá-la. enquanto adorno servil em teus dias de festa, customizava-a com os mais belos enfeites para que fosse mais apreciável que nunca. quando se chateava com aquela peça estática em seu caminho preferia que fosse cinza como os antigos arquivos de metal. numa quarta ensolarada a coluna caiu em cima dela em pedaços irregulares e nada sutis. encarou cada um daqueles cacos como se fossem partes suas, um recado para si própria. pensou em erguer outro monumento, desta vez, jamais seria coluna. mas por hora, preferiu diluir os pequenos pedaços nos bolsos para mantê-los perto dos olhos e mais ainda do coração.