sábado, 27 de junho de 2009

risco


o espaço entre o pavor e o medo era apenas uma linha delicada, quase invisível. duro eram os dias de solidão explícita, cortante como uma faca afiada. a palavra lasciva ouvida há uma semana lhe deixara marcas irreversíveis. antes tudo era cristal, desejo de consumo frágil, intocável, perfeito... imerso nos dias. e foram exatamente eles que mostram verdades quebráveis e afiadas. nada mais era o mesmo. portas e portais se fecharam um a um. o espaço era vazio e vão; nunca houve uma verdade, porque esta jamais se fez existir. a palavra era farsa, o beijo era farsa, o sorriso também. ficou a dúvida do toque... este se fazia real, e era naquele exato momento que sentia de volta os seus desejos mais profundos e intocáveis, sem parecer paradoxal, há exatamente uma semana, era isso que a fazia existir.

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