terça-feira, 4 de maio de 2010
sintomas de delicadeza
a urgência amanheceu gritando e me levou pela mão avisando que já era a hora. numa cesariana sofrida, saí com quase 6kg. parecia  tarde, mas ainda era cedo: 10h10. demorei a chorar apesar dos motivos que me  pesavam. lá era quente, aqui menos que nada, mas sorrir ainda parecia mais legal. fui bem grande quando pequena. o universo das coisas de bebê me faltavam nas pontas dos dedos, no tamanho do berço e de panos nas roupas. mudava os números dos sapatinhos a cada 2 semanas, com as vestes não era diferente.  mas  meus problemas ainda estavam por vir, eles  começaram quando ganhei o meu nome. parecia simples, juntar os nomes da minha mãe, inverter e determiná-lo como um período composto por aglutinação. em bom português seria isso,  na vida prática e foneticamente virou um pesadelo: m-a-r-i-â-n-g-e-l-a! sim, aquilo era terrível para um bebê, mesmo que este fosse grande em tamanho ainda era um ser  bem pequeno.  seriam necessárias 10 letras em 5 sílabas para me definir  naquele momento? quantos nomes caberiam dentro do meu? porque um nome enorme para levar para todo o sempre? e  porque aquele  maldito substantivo (próprio?) expressaria a prospecção  da minha postura e posição de ser humano num futuro que ainda sequer existia? perguntas... perguntas... como solução me coube um apelido que levarei por toda a vida, não tão menor que o meu nome, apenas mais fofo e comum à família. menos que um nome, mais que carinho. às vezes é melhor assim.
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