sexta-feira, 6 de abril de 2012

comedeiras

meus membros antropofágicos só querem comer. quero comer com as mãos, com os pés, com o cérebro, com os olhos. venha, me dê de comer. quero me orgulhar do que as minhas entranhas recebem, quero transpor o que o meu sexo não dá conta. quero passar do ponto, ir além do limite. quero ter a extravagância do extrapolar. quero o não caber, o não ter tamanho, a boca cheia, a cara suja, a mão grande. quero os contornos, os volumes, as formas não formais. o que não basta. o copo até a boca , a mesa cheia, a cama farta e todas as comilanças do poder de comer. entradas lotadas até explodir na loucura da falta de fome e da sobra da gula.

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