terça-feira, 4 de dezembro de 2012

mágua (mágoa)

ah, esse pedaço de memória que tenho de você… foi só o que sobrou daqueles tantos objetos abstratos perdidos e fundidos aos nossos efeitos e defeitos. tudo virou cheiro, saudade, memória, coisas sem toque. àquela espera da hora certa a apontar no relógio, alternada entre minutos e segundos fracionados. eu olhava o tempo e ele passava até virar um dia inteiro, uma semana, até se esvair em lágrimas e água de chuva. o fim é sempre igual, tudo plásmico, instável e volátil. não queria me recuperar, sinto que isso é o mesmo que esquecer. deixar escorrer é também perceber que os líquidos secam.