segunda-feira, 6 de outubro de 2008

um estranho ser (que não existe)


você diz que não, mas sabe surtir em pequenas delicadezas. sabe fazer carinho, ser criança, ser protetor e protegido por vezes ou outras. e é esta alternância que adoro. como este teu vocabulário de terminações incertas, imprecisas, mas puras, como quando diz “pode pô”, para explicar que posso colocar algo em algum lugar ou “uê?” pra me questionar sobre qualquer assunto. gosto das conversas paralelas, desacertadas por vias virtuais, meios que agente nunca sonhou mediar, mas que é o nosso predileto. na língua falada você diz o certo que eu não sei dizer. escrevendo é certo que ganho de você. me perco e me acho em todos os seus defeitos que me parecem tão certos que não acho ser justo merecer um adjetivo assim, tão incorreto. me encanto com a nossa medida competitiva em relação à todas as coisas. me envolvo com os seus meros detalhes, como as suas camisas lisas de cores alternadas. Aprendo todos os dias a palavra “você” de forma diferente, simplesmente porque você não é como os outros.

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