quarta-feira, 9 de setembro de 2009

el cumbre


seguia na mais perfeita ordem até dobrar correndo a esquina e encontrar a grande e imponente coluna. sempre esteve ali, bem visível à esquina de sua casa. quando desnecessária fingia não enxergá-la. enquanto adorno servil em teus dias de festa, customizava-a com os mais belos enfeites para que fosse mais apreciável que nunca. quando se chateava com aquela peça estática em seu caminho preferia que fosse cinza como os antigos arquivos de metal. numa quarta ensolarada a coluna caiu em cima dela em pedaços irregulares e nada sutis. encarou cada um daqueles cacos como se fossem partes suas, um recado para si própria. pensou em erguer outro monumento, desta vez, jamais seria coluna. mas por hora, preferiu diluir os pequenos pedaços nos bolsos para mantê-los perto dos olhos e mais ainda do coração.

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